A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Se você é radical de esquerda, você é asno, recalcado ou mal intencionado, não estando afastada a hipótese de ser uma combinação de dois, ou mesmo três destes atributos.


O RECALCADO

Você é um recalcado.

Você olha o executivo bem sucedido, o "burguês" que passa num BMW do ano e você sente uma vontade irrefreável de ter um. Mas você sabe que é medíocre, incompetente e que jamais vai chegar lá. Não se a regra do jogo for inventividade, ralação, competência.


Não panaca, não penso que ter o carro do ano seja o ideal de vida a ser buscado. O que se está considerando é que este é o ideal de muitos, alguns com competência para chegar lá, outros não. Se você está entre os últimos, então tem grande chance de ser um recalcado.

E se você, além de incompetente for um recalcado, só verá uma forma de atingir o sonho: fazer parte de uma nomenklatura. Uma ditadura que acaba com os bens individuais e os confisca para usufruto dos seus membros. De quebra, há uma chance de ainda posar como salvador dos pobres e oprimidos.



Então, junta a incompetência com o desejo de consumo e adiciona a este caldo o recalque, a inveja e o sentimento de inferioridade, e está criada a figura do aproveitador marginal. Aquele que espera algumas migalhas do banquete.

Você é muito pior que o Asno, porque você não é asno, não é um inocente útil. Você é um aproveitador barato, um Recalcado.

(more to follow)

sexta-feira, agosto 26, 2005


Se você é radical de esquerda, você é asno, recalcado ou mal intencionado, não estando afastada a hipótese de ser uma combinação de dois, ou mesmo três destes atributos.

O ASNO

Você é um asno.

O radical de esquerda é aquele que acredita que a solução da humanidade é a completa apropriação dos meios de produção pelo estado. Este paira absoluto e acima de qualquer direito individual do ser humano. Voce acredita nisto? Piamente? Não há dúvidas, você é um asno.
Você é incapaz de virar o pescoço para trás e verificar o que aconteceu na terra nos últimos 100 anos.

Está certo que você tem alguns bons atributos. Você abomina a miséria e você sente uma dor muito forte no coração ao ver criancas mendigando em sinaleira, ao ver os casebres ao redor das grandes cidades e ao deparar com o quotidiano da miséria humana. Isto é um ponto positivo para você.

Mas não significa que você deixará de ser um asno. Você acha que dinheiro cresce em árvore e que basta vontade política para acabar com a miséria, com a fome e com os porcos capitalistas.

O que não contaram para você é que, por mais atraente que seja a idéia, os seres humanos nao sao andróides. E isto significa que não sao iguais. Existem alguns mais inteligentes do que outros. Mais empreendedores, mais trabalhadores ou mesmo apenas mais esforçados. Esta diferença é que faz a humanidade andar.

Mas você não vê ou não entende isto.

Você é um panaca de um asno.
(To be continued)

quarta-feira, agosto 24, 2005

Você deve ser fã de abobrinha. Ou não. A abobrinha contém fósforo, cálcio, ferro e celulose, além de pequenas quantidades de vitamina A, importante à visão e à pele, e vitaminas do Complexo B, que ajudam no desenvolvimento e crescimento.

Isto não significa que abobrinha seja saborosa.

Por outro lado, você provavelmente não gosta de baboseira.

Não, abobrinha e baboseira não são a mesma coisa.
A abobrinha é diferente da baboseira.

Esta última é sempre pretensamente séria. Geralmente escorre pelos cantos da boca lambuza o peito e a barriga e cai pesada em cima do sapato.

A abobrinha é mais leve, mais suave. É como um cusparote. Com prática salta mais de 10 metros longe do abobreiro.

Do ponto de vista acadêmico, a abobrinha é uma dissertação de mestrado enquanto a baboseira é um Ph.D. Nenhuma tem valor prático, mas ambas servem para preencher o tempo.

O baboseiro pretende ser levado a sério. O abobreiro sabe que, no fundo, ninguém está interessado na abobrinha. Um exemplo é aquela festa de aniversário bem familia.

Os homens no seu canto só dizem baboseiras. É a história da loira gostosa que papou, do grande lance comercial que deu na semana, etc.


Já no canto feminino as abobrinhas rolam soltas. São presenças infalíveis as queixas da empregada, o colégio dos filhos, o namorado da filha adolescente. Em ambientes mais requintados comparecem também os problemas existenciais e os papos com o analista. Os complexos de inferioridade são dissecados. O que fazer, por exemplo, se nos sentimos um bundão.

Por falar em bundão, será que abobrinha é papo de bundão?

Se você pensou em responder que sim, fique sabendo que responder perguntas abobrinhas, é um dos sinais mais claros de que você é um legítimo bundão.

domingo, agosto 21, 2005

Se você é politicamente correto, então você é um veado. Pode até não ser veado no sentido bíblico, mas é veado sim.


O cara leva um tombo escandaloso e o que você faz? Ri? Ajuda a levantar com um olhar compungido? Olha para o lado fingindo que não viu?

Outro passa todo cheio de trejeitos ridículos e o que você faz? Deixa passar como se não tivesse visto? Deixa passar e depois vira para trás para debochar? Para o sujeito e comenta como é lindo o bolero "pink" que ele está usando?

Ah, você sabe o que é um bolero? Então você é velho, é casado com mulher que usa bolero ou é veado. Pior do que isto, só se for velho, veado e argentino. Bolero é moda de pobre. Falta dinheiro para fazer um casaco inteiro então faz meio casaco, dá um nome de tragédia argentina e sai desfilando feliz.

Aliás, o certo é veado ou viado? Eu particularmente acho que viado é mais correto. Veado é o rico bicho saltitante. Viado seria a pobre bicha saltitante.
Veado só deveria ser usado para a bicha que também é corno. Chamar de corno não é politicamente correto?

E o Lulla? Elle é veado ou viado? Ou é apenas incompetente? Ou é uma partícula expletiva?





Eu particularmente penso que elle é uma partícula expletiva. Não faz a menor falta. Pior. Está sobrando. E se você quiser ser politicamente correto e usar eufemismos, o problema é seu. Quem sabe aproveita e segura a alça do caixão. Não se põe mala em caixão? Pois sim.

quinta-feira, agosto 18, 2005


A Leca é minha "da guarda". Não vou chamá-la de anjo para não correr o risco de ser outro pateta. Como aquele lá que todo mundo sabe o que acontece ao redor dele menos ele.

Aí que ela leu o meu primeiro texto e disse:

Tu não devias te expor assim. Onde se viu chamar o Chaves de pilantra? Mesmo que ele seja, tens que pensar que o teu blog é coisa pública.


Aí eu falei: bem que eu queria que A Vaca fosse coisa pública.

Mas não é sobre isto que vou falar.

Vou falar sobre uma comichão que estou sentindo e que tem a ver com o conselho acima. Estou pensando: devo ou não devo? Se eu fosse entendido já teria desfolhado uma Margarida.


Vai que, como não sou de chutar cachorro morto, vou dizer agora. Depois seria covardia. Oportunismo. Pilantragem.

Então vai lá: Eu não gosto do Luis Inácio. Minto. Eu detesto o Luis Inácio. Pior. Eu tenho (imagine o que) do Luis Inácio. Muito pior. Acho que entre ele e o Sarney eu fico com o segundo. Não tenho certeza, mas acho que sim. Ele consegue esta proeza.

Pois eu, que acho que a liberdade de pensamento e de expressão está acima de tudo, bem que gostaria de dar uns tapas nesta gente. São piores do que aborrescente que fica em casa sozinho pela primeira vez. Aproveita para fazer tudo que não deve.

E daí? Tu deves estar pensando, meu único leitor a dar palpite furado aí embaixo. Daí nada. Eu estou VERDADEIRAMENTE indignado e quero compartilhar. Não tem quem compartilha seringa? Pois eu quero compartilhar minha indignação.

Mesmo que cause desespero na "da guarda".

quarta-feira, agosto 17, 2005



Em Iraí tinha o Manoelão. O Manoelão foi o precursor do Edir Macedo. Apenas menos talentoso e, por consequência, com menor conta bancária.

O Manoelão era gordo, bonachão, diferente do Roberto Jefferson que era um gordo bem brabo.

Na igreja do Manoelão eles cantavam assim:

Quem é este povo?
Que povo é este?
Este é o povo
Que vai morar no céu.

Depois de bem cantados o Manoelão dizia que deveriam colocar os dízimos sobre uma bandeja para Jesus coletá-lo.

Bandeja cheia ele gritava: Apaga a luz que vem Jesus!

Luz apagada por minuto ou pouco menos e o dinheiro desaparecia. Claro que ele estava estrategicamente sempre perto da bandeja.

O Manoelão era um dos folclores de Iraí. Outro dia conto de outros.

Viajando 35 anos na máquina do tempo encontro outros Manoelões. Nem tão gordos, nem tão folclóricos, mas bem mais sacanas. Exigem o nosso dízimo e prometem o paraíso. Diferente do Manoelão não esperam Jesus descer. Mandam por malas, malotes e até cuecas cheias de dinheiro para Jesus, Jefferson, Genoino e todos os demais apóstolos, que afinal, para a "esquerda" dinheiro sempre foi sujo mesmo. Descobertos, fingem indignação. Mas me dão inveja. Inveja de não termos a mesma garra, o mesmo espírito de luta, o mesmo ódio pela oposição. Fosse o contrário e estaríamos em uma praça de guerra.

Me consolo por não ter que jantar com Hugo Chaves, aquele pilantra amigão do homem. E mais ainda por não ser desmoralizado por um elemento do calibre do Jefferson. Bem se diz que aqui se faz e aqui se paga.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Por que a vaca vai para o brejo?
Instinto suicida ou busca do desconhecido?
Como diria um britânico: one can never say.
O brejo está lá. Cheio de sapos, aranhas e, se bobearem, cobras.
Cobra que, ao contrário do que vai acontecer aqui seguidamente, não fuma.
Aqui sim, aqui a cobra vai fumar.
E vaca no brejo passa sede e fome.