A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006



A Constituição Brasileira diz num de seus primeiros artigos que "todos são iguais perante a lei". Pura balela. A gente sabe que quanto mais dinheiro tem ou, especialmente, quanto mais influente é a pessoa mais igual ela é. Tudo direitinho, bonitinho, guardadinho dentro do vidrinho. Aqui e ali estoura uma denúncia. Ouvem-se vozes indignadas e logo a poeira da próxima denúncia deixa aquela sem conseqüência para o mais igual da vez.

Mudando um pouco de assunto, mas que você vai ver que tem a ver com o primeiro, brasileiro adora imitar tudo que aparece no exterior. Não importa como e porque aquilo apareceu e muito menos se deu certo. É só sair no "estrangeiro" que queremos fazer igual. Tem muitos que até dizem que o que é bom para os EUA é bom para o Brasil.

Pois nesta de imitação, instituiram o sistema de cotas para negros e índios na universidade. Sim, a universidade pública tem um sistema "perverso" de seleção. A gurizada, geralmente imatura, sofre um stress violento e joga o futuro em meia dúzia de provas de múltipla escolha. Alguns brasileiros serão aliviados deste sofrimento.

Pois algum esperto, olhou pros americanos e importou o sistema de cotas para negros e índios. Alegação: os primeiros vieram como escravos e os segundos foram conquistados. Farisaísmo puro. Até parece que há espaço para sentimento de culpa. Os primeiros sofrem muito mais preconceito social do que preconceito de cor. Os segundos são donos de quase metade do Brasil.

A Universidade deveria ser um centro de pesquisa e desenvolvimento e não lugar para ações demagógicas. Se os alunos que lá estão hoje, a maioria de uma elite econômica e intelectual são na maioria com fraca formação básica, o que se pode esperar daqueles que entraram tendo como condição única a cor da pele? Aliás, quem é negro? Já se viu muito negro alemão utilizando cota onde estas foram implantadas.


A conseqüência desta bobagem? Aumento do preconceito. Não tenham dúvidas. Eu tenho alunos negros e sei que estão lá na sala por mérito. Amanhã haverá dúvida: mérito ou protegido? E os colegas brancos, amarelos, vermelhos, como os tratarão?

A outra conseqüência? Piores profissionais no mercado, pois o próximo passo poderá ser a proibição de reprovação dos pobres negros e índios. E sim, pessoas de cor ou índias não precisam de esmola e, mais do que isto, não merecem passar por isto.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Voltei.

Trabalhar é ruim mas é bom. Experimenta ficar em casa 3 dias seguidos sem trabalhar. A não ser que teu nome seja Vagal o tédio é absoluto. Então trabalhar é bom. Mas trabalhar é ruim, mais pelos colegas de trabalho do que pelo trabalho em si. Para quem trabalha em universidade então, a coisa é feia. Tem dezenas de egos competindo pelo título de maior dos egos. O stress é pesado.

Férias é bom mas é ruim. Nas férias a gente descansa do trabalho e isto é bom. Se não se tem dinheiro, se descansa em casa, e isto é ruim. Férias em casa é igual a ficar 3 dias em casa sem ir ao trabalho.

Se há dinheiro, mesmo que pouco, se escolhe um lugar e se viaja. E isto é bom. Quando se viaja de férias, normalmente se esquece que o dinheiro é pouco e não se cuida os gastos. E isto é ruim, ao menos para quem viaja. A empresa de crédito adora.

Viajar para lugares distantes é bom, pois tudo é novidade. Especialmente se não se é obrigado a experimentar as novidades. Comer carne de cachorro, por exemplo, é ruim. Mas tem novidade muito boa. Caipiroscas de cajá ou de siriguela não são boas, são ótimas. Quanto mais se toma, melhor ficam.

Água de mar azul ou verde esmeralda e morna é muito bom. Água de mar chocolatada e fria, igual a do Rio Grande do Sul, é terrível. Pois tem gente que adora.

Mas o pior das férias não é isto. O pior das férias é a volta. Cartão estourado e as roupas que não entram, ou melhor, as roupas em que não se consegue entrar. Então? Férias é bom mas é ruim.