A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

sábado, julho 22, 2006



Pois a panela, além de discussões e histórias curiosas, assim como os antigos long-plays, também é cultura.

E o Erny, um alemão de Santa Cruz uma vez, repassou uma entrevista muito importante de um tal de Professor Paul Louie. Ele falou que procurou na internet e não achou referência. Nem eu. Mas vou passar um resumo da entrevista pelos aspectos, digamos, educacionais e elucidativos que contém.

O título é auto-explicativo: Tudo que você queria saber sobre flatulência mas não tinha para quem perguntar.

Com a palavra o Prof. Paul Louie, especialista em produção de gases através de biomassa...

- O que é o flato? Do que ele é feito?

Flato, do latim flatus, significa sopro e é uma composição de gases altamente variável, expelida pelo ânus. É formado por parte do ar que engolimos, que é quase só nitrogênio e dióxido de carbono, pois o organismo absorve o oxigênio, e gases resultantes das reações químicas entre ácido estomacal, fluidos intestinais e flora bacteriana. Ou seja, dióxido de carbono, hidrogênio e metano.


- O que faz os flatos federem?
O odor dos flatos vem de pequenas quantidades de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) e enxofre livre na mistura. Quanto mais rica em enxofre for sua dieta, mais desses gases vão ser produzidos pelas bactérias no seu intestino e mais os seus flatos vão feder. Pratos como cebola, couve-flor e ovos são notórios por produzirem flatos fedidos. Feijão, por exemplo, produz grandes quantidades de flatos não necessariamente fedidos.

- Por que peidos fazem barulho? (Nesta altura o entrevistador já estava íntimo e passou a usar uma linguagem mais coloquial.)

Os sons são produzidos pela vibração da abertura anal. O som depende da velocidade da expulsão do gás e de quanto estreita for a abertura dos músculos do esfíncter anal.


Nesta altura fica claro que homem que tem flatulência de baixa sonoridade já teve visitas íntimas.

- Quanto gás uma pessoa normal produz por dia?

Em média, uma pessoa produz cerca de um litro de peido por dia, distribuído em cerca de 14 peidos diários. Pode ser difícil para você determinar o volume dos seus peidos diários, mas você pode estimar quantas vezes peida. Pense nisso como um pequeno experimento científico: anote tudo que você come e conte o número de vezes que você peida. Você pode inclusive anotar sobre o fedor deles. Você descobrirá uma relação entre o que você come, quanto você peida e quanto seus peidos fedem.


- Quanto tempo leva até que o peido chegue ao nariz de alguém?

Isso depende das condições atmosféricas, umidade e velocidade do vento, além da distância entre as pessoas também. Os peidos também se dispersam e sua potência nauseante diminui com a diluição. Condições excepcionais existem quando o peido é liberado numa área pequena e fechada, como um elevador, um quarto pequeno ou um carro, porque essas condições limitam a quantidade de diluente possível (ar) e o peido vai permanecer numa concentração perceptível por mais tempo, até que se condense nas paredes.


- É verdade que algumas pessoas nunca peidam?

Não. Se elas estiverem vivas, peidam. Pessoas podem peidar até mesmo algumas horas depois de mortas.


- Homens peidam mais que mulheres?

Mulheres peidam tanto quanto homens. O caso é que os homens têm mais orgulho disso.


- Em que parte do dia um "gentleman" está mais sujeito a peidar?

Durante a manhã, quando estiver no banheiro. Isso é conhecido como "trovoada matinal". Se o gentleman conseguir uma boa ressonância, ele pode ser ouvido na casa inteira.


- Por que feijão faz as pessoas peidarem tanto?

Feijão contém açúcares que seres humanos não conseguem digerir. Quando esses açúcares chegam em nossos intestinos, as bactérias fazem a festa e produzem um monte de gás. Outros produtores notórios de peidos são milho, pimenta, repolho e leite.


- Um peido é mesmo só um arroto que saiu pelo lado errado?

Não, a frase "arroto é um pum maroto que subiu de elevador" é puro folclore. Arroto vem do estômago e tem composição química diferente de um peido. Peidos têm menos ar atmosférico e mais gases produzidos por bactérias.


- Para onde vão os peidos quando você segura eles? Quantas vezes você segurou um flato, pretendendo soltá-lo na primeira oportunidade apropriada e depois descobriu que ele tinha "desaparecido" quando você estava pronto? Ele saiu lentamente sem a pessoa saber? Foi absorvido pela corrente sangüínea? O que aconteceu com ele?

Os médicos concordam que o peido não é nem liberado nem absorvido. Ele simplesmente volta para os intestinos e sai depois. Isso reafirma o fato de que os peidos não são realmente perdidos, e sim adiados.


- É possível mesmo "acender" peidos?

A resposta é SIM. Normalmente os puns incluem metano e hidrogênio, ambos são gases inflamáveis. Entretanto, você deve estar avisado de que colocar um peido em ignição é perigoso. Não só a chama pode subir de volta para seu cólon, como a sua roupa e o que estiver ao redor pode pegar fogo. Cerca de 25% das pessoas que o fizeram queimaram as bordas e os cabelinhos do ânus. Peidos tendem a se traduzir em chamas azuis ou amarelas.


Exemplo de perigo


- Por que meninas não assumem seus peidos?

Acho que você deveria começar dizendo que somente algumas meninas não assumem seus peidos. A razão é cultural. Elas são ensinadas a pensar que peidar não é coisa que uma dama faça. É um grande erro pensar assim. Todas as pessoas praticam a emissão de gases anais, inclusive a Rainha Elizabeth e suas damas.

- Cheirar peido deixa "chapado"?

Não se conhecem agentes intoxicantes na flatulência.

- É possível enlatar um peido para uso posterior?

Teoricamente sim, mas há uma série de problemas logísticos. Você pode tentar usar um saco plástico ao invés de uma lata. Você pode usar o seguinte como uma experiência de feira de ciências: peide em vários sacos plásticos e os vede com cuidado. Então encha outros sacos com ar normal. Espere 6 horas. Então eleja voluntários para cheirar o conteúdo dos sacos e verifique se eles conseguem dizer se o que tem ali dentro é peido ou é ar. Isso vai te dar a informação se é possível estocar peidos. Se você fizer na banheira e se inclinar de forma que seus peidos emirjam como bolhas na sua frente e não por trás, você pode pegar as bolhas numa garrafa e ter peidos puros dentro de garrafas, sem estarem contaminados com ar atmosférico.



- É estranho gostar de peidar?

Não. Mas se a pessoa peida numa quantidade que lhe traz problemas e infelicidade, deveria consultar seu médico.


- De que cor é o peido?

Via de regra, incolor, porque os gases que o constituem são incolores. Imagine que interessante seria peidar laranja, tipo dióxido de nitrogênio. Ninguém mais perguntaria de quem é o peido.


- Outras pessoas sentem mais o cheiro do peido do que o "autor"?

O peido deveria cheirar tanto para quem o fez quanto para as pessoas que dele "desfrutam". Mas quem fez leva vantagem pelo fato de que propeliu o ar para longe do seu corpo, numa direção oposta à do seu nariz. Peidar contra o vento anula essa vantagem.

domingo, julho 16, 2006



Outro causo que surgiu na panela, contado por médicos tem relação com um tal de Knutson Clamp. Este aparelhinho prosaico aí do lado, parecido com um saca-rolha. Pois é, só que não é saca-rolha.

A história é a seguinte, conforme narrado por um médico e traduzido (entre parênteses) por mim:

Existe um exame que se chama uretrocistografia (esta eu não sei traduzir) retrógrada, usado para avaliar a integridade da uretra masculina (o saco), que é feito com um negócio chamado "aparelho de Knutson" em homenagem a um radiologista sueco. O "knutson" é um instrumento medieval que consiste num garfo revestido por borracha que abraça a glande (a ponta do bicho) por trás, e tem um cone de borracha que é introduzido no meato uretral (bem onde estás pensando) por onde se injeta contraste radiológico com uma seringa enorme, para opacificar a uretra e a bexiga e obter radiografias, ao mesmo tempo em que se puxa o pistolin para entender a uretra em uma posição adequada para a radiografia.


Entenderam? Vocês mulheres são incapazes de imaginar o alcance desta tortura. Nem eu, para dizer a verdade. Mas deve ser bem pior do que se possa pensar. Mas segue a história do médico:

Um dia, anos atrás, em POA (que alguns dizem POÁ), uma técnica de radiologia, uma mocinha meiga, veio me chamar (o médico contador da história) para ver o que estava acontecendo com um paciente mais idoso durante uma uretrocistografia. Eu fui até a sala de exames e vi o paciente deitado na mesa com o Knutson engatado no pistolin ainda com um certo grau de ereção (isto é, ainda meio duro), e dentro da seringa um volumoso liquido esbranquiçado viscoso, que a mocinha não conseguia identificar. Ela me disse também que aquilo tinha acontecido após o paciente ter uns tremores estranhos. Como as imagens obtidas tinham sido adequadas, eu coloquei as luvas, retirei o aparelho, dei por encerrado o exame e expliquei que o paciente "provavelmente" tinha tido uma ejaculação durante a manipulação do aparelho.







Neste ponto é obrigatório um comentário: Tem de ser gaúcho para numa situação destas dar o retorno adequado. Fosse qualquer outro frouxo nascido acima do Mampituba e estaria chorando desesperado.

Mas o médico testemunha, e agente também, do causo ficou com uma dúvida atroz e com uma tese.

Até hoje eu não entendi bem que tipo de manipulação ela fez, mas em todo o caso esse episódio veio a comprovar que: saudade não tem idade, que até o temeroso aparelho de Knutson poder ser usado para obter prazer, e que a mocinha era muito burra ou muito esperta.
A propósito, ela passou a ser conhecida no serviço como "mãos de veludo" e todos queriam fazer uretrocistografias com ela.

É.

terça-feira, julho 11, 2006



Floripa estava em festa. Parada Gay, ou no politicamente correto, a Parada da Diversidade.
A bicharada feliz de um lado para o outro.


E eu fui na parada como um S do GLBTS. Aliás, do jeito que vai daqui há uns dias vai faltar letra para preencher a sigla.

Mas fui para atender ao pedido de um amigo.
Ele não pode vir. Me pediu e eu fui representá-lo.

Tem aquela hora em que os caras saem do armário. Você já deve ter ouvido falar. O rapaz alegre ou a garota, sobe no palco e diz: meu nome é tal e eu sou gay, ou meu nome é tal e eu sou lésbica. Cada um que se apresenta é ovacionado.

Daí que fui para a fila.

Quando chegou minha vez, atendi meu amigo.


Tenho um amigo que se chama O. Brancher. Ele é gay.
.


Saí em meio aos aplausos e voltei para casa que minha praia é outra

domingo, julho 09, 2006

Pois eu já falei aqui sobre a Panela. Aquela lista de discussão que tem um monte de loucos mentirosos. Uma fauna. De engenheiro à psicanalista freudiano, passando por médicos, jornalistas e vadios. Na panela só não vale discutir a própria e futebol sobre o prisma de torcedor. Aquela história que acaba sempre em bate boca.

Rolam umas coisas inacreditáveis na Panela que não podem ficar circunscritas aos seus poucos membros. Por isto vou contar algumas aqui.

Um famoso psiquiatra e psicanalista Freudiano de Porto Alegre foi operado. Ele conta:

Estava internado a espera de uma cirurgia. Usando aquele avental cirúrgico que não esconde nada, estava lá com minha falta de botões, pensando na vida. Eis que, de repente, entra no quarto uma moça muito bonita, paramentada de enfermeira. Um colírio para os olhos. Bem, se eu morrer, pelo menos o último rosto foi bonito. Refeito do impacto, olhei para as mãos da menina e vi alguns aparelhos de barbear, desses portáteis, uma lâmina, o mais baratinho possível. Acompanhando meu olhar ela falou: vim para fazer a depilação.


E tem gente que diz que Deus escreve certo por linhas tortas. O cara lá, quase morrendo, uma cirurgia com 20 % de probabilidade de sair com vida e entra a melhor enfermeira da cidade. Quando é gripe só entra mocréia. Mas continuou o psicanalista Freudiano:

Eu havia esquecido desse detalhe. Solicitou que eu abrisse o avental e se pôs diligente a me depilar. A depilação ia do tórax até metade das coxas. Lá estava eu, nuzinho e aquela moça bonita meio que deitada sobre mim, utilizando o tal aparelhinho.


Mas também sorte é para quem tem. E depois, ninguém pode ser Freudiano impunemente nesta vida. Afinal, aqui se faz, aqui se paga. Segue a história o Freudiano:

Ah! Isso não vai acabar bem. Comecei a me concentrar na defesa do Grêmio, na plantação de tomates etc. E a tal depilação não andava. Gentilmente solicitei que me fornecesse um aparelho e passei a auxiliá-la. Mesmo assim a coisa ia se prolongando. A cirurgia devia começar em cerca de 1h e meia e cheguei à conclusão que não ia dar tempo. Perguntei a ela, se não tinha algum colega que pudesse ajudá-la. Ela saiu e voltou com um rapazinho que se atirou com fúria contra meus pelos.


Pois então? O sujeito no céu e resolve ir para o inferno. Será que Freud explica?

A mocinha, não sabendo bem o que fazer, segurou no meu pistolin (em italiano, para não reconhecerem do que se trata) e levava pra esquerda, pra direita e eu suando frio. O caldo entornou de vez quando ela, muito prestimosa, resolveu afastar alguns pelos recalcitrantes.


Claro, até um Freudiano reage como homem numa situação destas. E o esperado aconteceu:
Novamente debruçou-se sobre mim e começou a assoprar. Imaginem a cena, eu deitado, uma moça segurando meu único imóvel e assoprando. Claro, ele começou a deixar de ser imóvel. Aí ela corou e eu olhei para o alto, mas imbuída da missão que lhe confiaram, ela não o largava. Foi um misto de sufoco, prazer e vontade de cair na gargalhada. Moral da história: esqueci a cirurgia. Perguntei para o cirurgião se tinha dado vexame. Ele riu e disse que isso acontecia. Um outro gringo, ao ser preparado, de repente ficou com o membro duro e falou: moça, pode deixar que ele agora se garante.

Amanhã conto outra. Ainda mais interessante. Sem falar numa incrível história das formigas que contam os passos e de uma entrevista sobre flatos que esclarecerão tudo o que vocês não sabem.