A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

terça-feira, setembro 26, 2006




Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos, mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma.
Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado.
E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade às suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas.
Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe.



(Discurso de Cícero, Tribuno Romano, 42 a.C.)*

domingo, setembro 24, 2006

Estou acompanhando entre divertido, enojado e assustado, muito mais enojado e assustado é verdade, a briga do ex-exclusivo pior presidente da história da humanidade José Ribamar Sarney (porque agora está na companhia do Sr. Luis Inácio Lula da Silva neste título indigesto) e a Alcinéa Cavalcante.

A Alcinéa é uma jornalista do Amapá que tem um blog. E no blog, vejam só, ela manifesta a opinião dela sobre temas diversos, entre eles a política. E ela comete o crime de não gostar do indigitado senador, aquele que está sempre no "puder". E pior, ela acha que ele não pode ser senador pelo Amapá porque vive no Maranhão e em Brasília.
Aí ela posta no blog e o bigodudo entra com uma ação pedindo para deletarem o blog ou direito de resposta. E, acreditem, ele ganha as ações. Já mandaram tirar capas de Veja, letras de música, charges e o raio que o parta. E não importa o que seja, o direito de resposta do senhor da inflação de 100 % ao mês é sempre o mesmo. Que ele é uma pessoa de reputação ilibada, que já foi de vereador a presidente que não sei o que mais.

Não precisa muito tempo lendo jornal ou vendo tv para saber que o sonho do ceguinho do Planalto é o mesmo do bigodudo do fardão. Que bom seria para eles se pudessem calar as vozes discordantes, aqueles que não acreditam nos bons princípios deles e de suas quadrilhas, perdão, fiéis escudeiros.

Por sorte, o Brasil ainda não é o Amapá. Mas por azar, alguns atos e ações do judiciário e do ministério da justiça fazem crer que podemos chegar lá.
Por isto, e aproveitando que ninguém lê meu blog, publico, enquanto dá para publicar, algumas coisas aqui que foram ou seriam proibidas no blog da Alcinéa.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Filhos, não é originalidade, são feitos para o mundo. Nós temos que nos conformar olhando de longe, apontando caminhos, quando sabemos ou nos é permitido. Sentindo preocupação não poucas vezes, e orgulho outras tantas.

Como ontem quando ele saiu com a "delegação" para jogar em outro estado. Sozinho. Às vésperas dos 12 anos. Sentindo-se gente grande. Feliz como pássaro solto.

Beijão cara, e traz o título. Se for só tua presença querida já vai ser maravilhoso.

E eu seguro a baba.

segunda-feira, setembro 11, 2006



Toda viagem ao Rio Grande do Sul rende novidades. Quatro dias numa fazenda, tratado a pernil, costela e paleta de ovelha foi ótimo. Bom demais.

Mas melhor, muito melhor foi a história que me contou um dos funcionários da fazenda.
Já chegado nos sessenta, aquele jeitão do gaúcho pensativo e, por isto, ponderado. Sabe tudo da vida pelas horas de olhar fixo na imensidão do nada. Sem mais tempos para indignações que a Guerra dos Farrapos já ganhamos há tempos. Que amarrar cavalo em obelisco paulista deixou de ser um sonho. Que política passou a ser coisa de coronéis e ditos operários. Todos desonestos.

Pois numa das mateadas passou por perto a filha do Horácio. Linda. Ele olhou para mim. Respirou fundo e entristeceu.

- O que foi Horácio?

Pôs nem le conto. Eu crio esta guria com todo o cuidado. Sonhava com um bom marido. Um casamento de filhos para ajudar nas lides.
Um dia o Ordálio, filho do cumpadre Bento começou a se engraçar pro lado da Alzira. Eu falei prá mulher. Cuidado.
Vez em quando eles saiam sem que eu visse.
Um dia resolvi ficar atento.
Fim da tarde, perto do por do sol, saíram de fininho. Peguei um porrete que uso no campo e sai atrás.
Dei com eles numas macegas atrás do paiol. Mas juventude, sabes bem como é. Já estava consumado o ato.


- E aí Horácio, não me conta que cometeste uma loucura.

Pois aí é que está. Cheguei de mansinho. Olhei aquilo. Fato consumado. Segurei a raiva forte e conjeturei:
Se eu dou uma porretada na cabeça, mato o infeliz. Vou me incomodar. Vou preso. Vou destruir minha vida e da minha família. Se dou com força nas ancas, empurro mais prá dentro ...
Resolvi voltar sem fazer nada.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Pois eu postei aí embaixo desencantado da vida e o Arnaldo Sisson fez uma pérola da minha agonia.

Ora, Humberto,

Continua amanhecendo... Filhos se desenvolvendo bem... Uma graça fazendo salada... O Grêmio para aplaudir... o Colorado para que se foda de goleada para o mundo ver... Amigos se insinuando para churrascos... Não é tão mau assim.

Como dizes, és parte de uma minoria. Também sou. Da mesma. No mesmo lugar maravilhoso, com direito a baleias. Coisa que no mato não tem.

Agora então, desencantado, talvez possas parar um pouco e ir até a janela e reparar na interessantíssima trama dos galhos da fantástica árvore que os cuidados (e possibilidades da engenharia moderna) souberam preservar ao construir a tua confortabilíssima toca. Inclusive com churrasqueira, num país onde o churrasquear é corriqueiro para a minoria que apontas. O mesmo que, lá onde são tão felizes – As “oropa” e que tais - só pode ser curtida por nababos.

Vai lá cara, repara que aquelas folhas estão ali Faz isso sem cogitar que isso se deu porque a árvore que as possui sobreviveu tapando o sol de uma quantas outras que não sobreviveram. Repetindo Fernando Pessoa "Haver injustiça no mundo é como haver gente”.

Só rola quadrado o que tem arestas. Perscrutar as razões da existência da aresta cujo desbaste atualmente nos chacoalha, ou da próxima, distrai de sobreviver ao solavanco da atual.

Contra um tsunami não é inteligente gritar ou apor barreiras. Sair fora do caminho e do alcance é a única providência.


Não dá para contradizer tamanha inteligência. Não tem como não atender a um conselho destes. Então, que foda-se o Lulllla e seus asseclas. Retomemos ao normal.


Para retomar, vou com uma história que rolou na panela. Mais uma. Discutia-se o casamento de gays e lésbicas. Qual o sentido do mesmo? Falava-se que várias uniões de muitos anos acabaram logo após o casamento. Aliás, saiu uma reportagem interessante na Veja. Gays e lésbicas que, por meio de tratamento, mudaram de sexo, perderam o parceiro. Uma mulher que se separou de outra que virou homem falou assim: “eu gosto de mulheres, e como ela virou ele perdi o interesse.” Para ver como são as coisas. Mas que tem lógica tem.

Mas voltando ao que interessa. Na discussão sobre casais homosexuais um psiquiatra falou:

Aparentemente a idéia de casamento para o grupo GLS funciona como uma sanção de normalidade à sua opção sexual. Se até casar pode, está definitivamente aceita a condição. Mostra também, que no seu íntimo eles(elas) tem dúvidas à respeito. Sempre existem exceções, mas observo que as ligações homossexuais tem a efemeridade como característica. Diria simplesmente que não se agüentam muito tempo. A busca sexual tem um componente de ansiedade que se expressa na volatilidade e na promiscuidade. Posso estar falando baseado numa amostragem viciada. Tenho um livro de depoimentos de homossexuais famosos, escritores, músicos, médicos e nenhum advoga relação estável. Tem um escritor que conta ter tido 52 encontros sexuais numa noite, num parque de Los Angeles.

Foi aí que pensei e falei:

Isto sim é que é queimar a rosca.