A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

terça-feira, agosto 05, 2008



Volto. Ou melhor, trago de volta o Arnaldo.
Os tempos não estão bons, os ventos sopram de baixo para cima colocando cisco no olho e o fedor da baía maltratada e mal tratada queima o nariz.
Mas voltar é um dever.
Até porque não há outro caminho se não em frente. O retorno traz quase sempre junto a certeza de que o tempo passa e gasta tudo que toca.

Outro dia, na Panela, falei em relação aos gatunos de todos calibres que gravitam da presidência à vereância: "Estes caras só matando". Antes que ponham a pomposa PF no meu encalço, digo que foi um exagero de retórica. Ou não? Vai saber, como diz o Orelha.

Aí o Arnaldo respondeu, e eu gostei e repasso, assim ó:

E os outros também, Humberto. A cena é todo um continente. Os de cima integraram, roubando, exterminando, açambarcando. A idéia era construir um pais prá eles, unidos num clima em que a gripe não facilitou, tiveram que arcar com o extermínio dos índios na mão grande.

Enfim, até o geográfico climático epidemiológico favoreceu que levassem a sério fazer o povo progredir para subir junto. Uns deram pau nos outros prá que os outros não fizessem um país deles sozinhos. O fator clima para organizar uma comunidade é deveras importante, um corolário para as bananas do Darwin: mais quente, mais esculhambado.

E, justamente, na parte debaixo, salvo exceção um que outro caudilho de merda com meia dúzia de pelegos armados, cercou um pedaço e começou a cobrar impostos para ele. Subir sozinho. Ele e a caterva. A primeira coisa é instalar uma faculdade de direito. Os que operam as leis, os intérpretes do poder que emana de um pedaço de papel que a corja escreveu!!

E tudo uma quadrilha, ou várias. O efeito é o mesmo. Dou a mão a palmatória, alguém tem de fazer essa coisa toda operar. Recolher lixo, cacetear bandido, construir represas, gerenciar um país continental, e mais coisinhas. Eu não tô a fim e não vou nem chegar perto. Seria assim mesmo no melhor dos mundos. Então tá. Eles fazem.

O caso é que querem muito, roubam o que não tem possibilidade de vir a precisar por gerações!! Eu só discuto que é demais, que são burros, não fazem nada direito. A sociedade é cada vez mais mal educada (no sentido ensino) e só o que se fala é que está melhorando... por diminuirem as exigências? Não faltam furos a apontar.

Mas se a crítica for pertinente, irrespondível, a exijir providências, muita banderia (como o caso do nióbio), ela desaparece. Pode mapear. Se a criatura insiste, fácil que suma do meio para nunca mais. Nem é questão de despescoçar, basta o limbo. Espirrou no pires? Não convida mais prá festa e deu. Não é só nesse sentido que calar é o ganha pão de muitos, mas neste, certamente é.