A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

quarta-feira, agosto 17, 2005



Em Iraí tinha o Manoelão. O Manoelão foi o precursor do Edir Macedo. Apenas menos talentoso e, por consequência, com menor conta bancária.

O Manoelão era gordo, bonachão, diferente do Roberto Jefferson que era um gordo bem brabo.

Na igreja do Manoelão eles cantavam assim:

Quem é este povo?
Que povo é este?
Este é o povo
Que vai morar no céu.

Depois de bem cantados o Manoelão dizia que deveriam colocar os dízimos sobre uma bandeja para Jesus coletá-lo.

Bandeja cheia ele gritava: Apaga a luz que vem Jesus!

Luz apagada por minuto ou pouco menos e o dinheiro desaparecia. Claro que ele estava estrategicamente sempre perto da bandeja.

O Manoelão era um dos folclores de Iraí. Outro dia conto de outros.

Viajando 35 anos na máquina do tempo encontro outros Manoelões. Nem tão gordos, nem tão folclóricos, mas bem mais sacanas. Exigem o nosso dízimo e prometem o paraíso. Diferente do Manoelão não esperam Jesus descer. Mandam por malas, malotes e até cuecas cheias de dinheiro para Jesus, Jefferson, Genoino e todos os demais apóstolos, que afinal, para a "esquerda" dinheiro sempre foi sujo mesmo. Descobertos, fingem indignação. Mas me dão inveja. Inveja de não termos a mesma garra, o mesmo espírito de luta, o mesmo ódio pela oposição. Fosse o contrário e estaríamos em uma praça de guerra.

Me consolo por não ter que jantar com Hugo Chaves, aquele pilantra amigão do homem. E mais ainda por não ser desmoralizado por um elemento do calibre do Jefferson. Bem se diz que aqui se faz e aqui se paga.

1 Comments:

  • At 7:48 PM, Anonymous Anônimo said…

    Tá! E daí?

     

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