A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

terça-feira, setembro 06, 2005

Outro dia conversávamos sobre escrever.
É muito bom escrever.


Engenheiro, sou obrigado a escrever sobre momentos fletores, tensões principais, qualidade da construção e outros temas áridos.

Isto até que é bom, mas bom mesmo é escrever sobre nada. Ou escrever apenas preocupado com a sonoridade das palavras.



O Caetano Veloso é bom nisto. O Arnaldo Sisson também. O Gilberto Gil não. O Gil é um boçal. Tão boçal que Deus o castigou transformando-o em ministro da cultura de um governo (governo?) cujo chefe (chefe?) se orgulha de não ter cultura. Mas isto é outro assunto. Pois eu queria ser bom para escrever também.

Poder fazer poesia. Como o Arnaldo que escreveu assim ó:


Minha poesia é tudo o que há de bom,
real e grande em minha vida,
é o que me cabe e eu sei que não se açoda
com os deuses que provoca, evoca ou incomoda,
independe de estima e meus tantos desatinos.
Vai seguir sem mim o seu destino e assim até que a leias
e cumpra ela, enfim, a sua sina.


Ou o Caetano que escreveu sobre Sâo Paulo o que São Paulo não merece:

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não era antes quando não somos mutantes


Ou ainda, uma poesia de autor desconhecido que não quer dizer absolutamente nada mas que nunca esqueci após lê-la num muro de Porto Alegre:

Eternamente é ter na mente éter na mente.



4 Comments:

  • At 11:00 PM, Anonymous Anônimo said…

    Há bunda. A bunda abunda.

     
  • At 1:20 AM, Blogger Roman said…

    Senhor Brejo,
    manda a moça descruzar os braços.

     
  • At 12:27 PM, Anonymous Anônimo said…

    Quem é Arnaldo Sisson?

     
  • At 7:19 PM, Anonymous Anônimo said…

    Gráfico da esquerda com erro.
    Sei corrigir.

     

Postar um comentário

<< Home