
Eu já falei algumas vezes da Panela. Que aliás estava chata semanas atrás o que me levou a tentar sair. Mas em provedor público não funciona nem o set no mail e acabei só olhando de longe. Deletando muitas mensagens apenas lendo o título. De repente, voltou a ficar boa. Muito boa. Não antes de um expurgo se consumar. Aí voltei a ler. Só ler. Percebi como é delicioso o papel de voyeur.
Pois ontem o Arnaldo anunciou.
Mais um de nós a menos. O Fernando Ribeiro se foi.
O Fenando Ribeiro, para quem é novo e não é gaúcho foi um músico de grande sucesso nos anos 70 em Porto Alegre. Parceiro do Arnaldo, faziam músicas lindas. Depois desapareceu e morreu esta semana, aos 56 anos. Um guri.

Nao serei eu a escrever a elegia do Fernandinho.
Por alguns anos, bons anos, minha vida e a vida dele, e mais um bando, andaram algo enrodilhadas, andamos juntos pedacos, compartilhamos e trocamos, experiencias e afetos. Uma bela pessoa, um artista maiusculo.
As coisas foram como as coisas foram. Eu mentiria se dissesse que nao me desagrada ver quao desconhecido ele se tornou, mas a quem alem de mim meu desagrado importa e' insignificante.
O Fernando Ribeiro foi muitas coisas. Artista, foi um belissimo violonista e um cantor de porte raro. Sabia, como ninguem, transformar em musicas as letras do Arnaldo e as interpretava com -- nas minhas palavras de entao -- "a segunda porcao do duodeno". Foi-se. Para mim, para o Arnaldo, certamente importa muito. Para muitos, importa nada. Assim e'.
Entao, por mais nada do que, nas palavras dele, "um carinho" -- um carinho dedicado a uma memoria que para mim de amargo so tem a conotacao de nunca mais --, disponibilizei uma de suas obras na rede. Para quem conhece, certamente rememorar com prazer. Para quem nao conhece, conhecer.
Esta acessivel aqui
Olho a tela, essa mensagem antes de envia-la, pensando em como conclui-la. E me vem a constatacao inescapavel: estou mais velho. Nada, nada nos envelhece tanto quanto ver-se um amigo ir...

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