A Vaca e o Brejo

Vaca no brejo é rua sem saída, porta sem trinco, é cobra fumando.

domingo, novembro 19, 2006



Um texto instigante, para dizer pouco. Concorde-se ou não com ele. É do Arnaldo Sisson. Para reflexão de vocês enquanto eu descanso.



Pessoas têm opiniões, mas pessoas não são opiniões. Claro que qualquer um pode fazer que qualquer prognóstico a respeito de qualquer coisa e tem mais é que respeitar. O cara e pá e tá porque trololó e phd.

Por duas vezes, em diferentes investidas no sentido de uma educação superior formal, bati de frente frontal absoluta com dois paradigmas do assunto que estava metido na época. Economia: questionei o negócio de que as necessidades humanas são ilimitadas, não são e o merda nem me levou a sério. Direito: se pode existir um direito anterior a formação de uma sociedade, não só como qualquer um o é, fui ridicularizado.

Fundamentados nestas bobagens estão as considerações econômicas e legais. Mas como assim... o meio escolhe as próprias leis sem nenhum preparo para isso, ignorância total do que venham a ser conseqüências? E não é possível que não seja assim? Porra, alguns são gremistas, outros não entendem de futebol. O Grêmio e outros ajuntamentos também são sociedades, as comerciais outras, e o cara não tinha e não tem razão, perfessô o dotô.

O aspecto econômico do besteirol hoje já começa por que ninguém vai me convencer de que já não está pra lá bom o desenvolvimento tecnológico. Áreas eternamente insatisfeitas serão as de permanecer por aqui e as decorrentes de exagero na proliferação exatamente de quem tem o porrete menorzinho. Quáquá!

Além do que, essas de necessidades ilimitadas é coisa de sociedade de consumo e jamais poderia ser sequer considerada numa ciência que se propõe ao estudo de todas elas. Certos absurdos passam por verdade simplesmente porque faz algum tempo, não sei qual maluco afirmou pomposamente que isso e que mais aquilo.
E lembrei da intenção original. O Sartre. O “devir”, e ai divaguei pelo seguinte, pensar é apenas um instrumento. Pegar como exemplo o jogo de xadrez. Ali estás usando o pensar como instrumento. Dificuldade de concentração é não conseguir fixar o pensamento num assunto só. Mas assim como dá para parar de pensar na jogada, também dá para parar de pensar na mulher que foi embora ou no filho que morreu. Mas a gente não quer ou acha que não deve.

E para não chatear ainda mais. O Sartre, que admiro como romancista e creio merecedor dos inúmeros lauréis que recebeu, estando, na minha modesta, entre os melhores. Mas não em filosofia. O Ser e o Nada como piada vale o americano aquele lendo “The Great Gatsby”(hum... S.F. saber escrever o autor seria um extra), durante horas, para uma platéia universitária. A Yoko Ono vendendo maças verdes em pilares glamurosos para que apodrecessem na sala dos bobalhões que comprassem(evidentemente montada no dinheiro da família e depois do marido, ela mesma... puá, excelente vendedora de maças).

Salva que o Sartre meio que deixou entredito que faria "de gozação" uma filosofia do Nada. Diário de Uma Guerra Estranha. Me pareceu, não juraria, muito menos leria outra vez por qualquer motivo que não grana. Assim, não vou discutir.

E tudo porque alguém mencionou que o “mercado resolve”. A economia de mercado vai destruir o planeta. Tem de parar e vai parar exatamente por isso, não por uma decisão consciente dos seres racionais que aqui governam, vai parar porque precisa. Quanto mais tarde, pior para os que sobrarem, é só o que muda.

É isso, papo é viagem.